sexta-feira, 25 de maio de 2012

Rir faz bem ou mal para a saúde ?




                                       Rir faz bem ou faz mal para a saúde ?



É difícil pensar em alguém que não se sinta bem após uma sessão de gargalhadas. Mas será que além do bem estar que o riso provoca, ele realmente faz bem à saúde? O velho ditado de que rir é o melhor remédio tem algum fundamento?

Os principais estudos até o momento sobre o efeito do riso em nossa saúde dedicaram-se ao sistema cardiovascular, imunológico e na percepção de dor. Experimentos revelaram que indivíduos são mais capazes de suportar estímulos dolorosos quando estão assistindo a vídeos com conteúdo de humor. Outros estudos avaliaram componentes do sistema imunológico antes e depois de uma sessão de vídeo com conteúdo de humor e os resultados revelaram respostas imunológicas positivas. Quanto ao sistema cardiovascular, pesquisadores demonstraram que pacientes com doença coronariana têm menores scores numa escala de senso de humor frente a situações do cotidiano. Sabemos também que a falta de senso de humor, ou uma vida acompanhada de impaciência, raiva e atitudes hostis, estão associados a um maior risco de desenvolver pressão alta, piorar o controle dos níveis de glicose e ainda aumentar o risco de doença isquêmica do coração e de morte.

Outro estudo comparou os níveis de hormônios de estresse antes e depois de assistir a um vídeo de humor e mostrou uma redução dos níveis de cortisol, hormônio do crescimento e de um metabólito da dopamina. Não houve aumento dos níveis de endorfina, contrariando a crença de que rir faz bem porque aumenta os níveis desse hormônio. Talvez a dopamina tenha muito mais a ver com o riso, já que é o neurotransmissor dominante no sistema de recompensa cerebral. Além disso, há evidências de que após uma boa sessão de riso temos redução do nível de ansiedade, relaxamento de grupos musculares e redução da excitabilidade da medula espinal.

Sabemos também que o senso de humor de uma pessoa está associado a outras virtudes que facilitam as relações sociais, como é o caso da empatia, capacidade de se relacionar com intimidade e confiança interpessoal. Emoções positivas, o sorriso, o estado de felicidade, todos podem ser vistos do ponto de vista evolutivo como um mecanismo que facilita as relações sociais ao promover sentimentos prazerosos nos outros, por recompensar os esforços dos outros e encorajar a continuidade da relação social. E o sucesso da espécie humana depende de sua capacidade de fazer relações sociais.

Podemos pensar na relação entre o senso de humor e saúde como um círculo virtuoso, onde há influências positivas nos dois sentidos. Um bom senso de humor está associado a uma maior auto-percepção de saúde, maior capacidade de cooperar com a doença e a uma maior tendência a buscar assistência médica. Por outro lado, é preciso estar de bem com a saúde para que se tenha bom humor. E ainda há um outro lado dessa moeda. Existem pessoas em que o feitiço vira contra o feiticeiro: o senso de humor pode servir como ferramenta para negação de sintomas e problemas de saúde.

Por fim, é bom refletir sobre o ditado popular de que não damos risadas porque estamos felizes, mas somos felizes porque damos risadas. Isso faz mais sentido ainda quando aprendemos a rir de nós mesmos, o que é um formidável caminho para o autoconhecimento, e uma chance única de promover o equilíbrio mental.

Esse texto foi retirado do site MinhaVida.

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